domingo, 27 de janeiro de 2008

Pokémon Puzzle League

Versões do famoso Tetris utilizando como pano de fundo franquias bem sucedidas são comuns no mundo dos games. Até os Street Fighter já caíram nessa, cujo resultado foi o divertidíssimo Super Puzzle Fighter, sem falar no universo Disney, através do igualmente legal Magical Tetris Challenge (ambos os games produzidos pela Capcom)… A Nintendo, que de boba não tem nada, no auge da febre Pokémon, em 2000, lançou Pokémon Puzzle League, misturando o famoso quebra-cabeça criado pelo russo Alexey Pajitnov, com o universo de bichinhos virtuais idealizado pelo japonês Satoshi Tajiri.



Pokémon Puzzle League é divertido, como a maioria dos games do gênero. A integração com o universo Pokémon ficou bacana. No desenho, Ash e seus amigos saem pelo mundo em busca de insígnias, que quando conquistadas, funcionam como uma espécie de passaporte para a Liga Pokémon, um grandioso torneio de… Pokémons! Neste game, aparece uma nova liga, a que dá nome ao jogo, mas que, ao invés de duelos entre os bichos, é realizada através de partidas de tetris. No modo single player, o jogador encarna Ash, e batalha contra muitos personagens que aparecem no desenho. Para quem acompanhou as primeiras temporadas do anime (eu! eu! eu!), é bem legal rever personagens marcantes, como a incansável Equipe Rocket, a fogosa Lorelei, a psíquica Sabrina, ou ainda amigos do Ash, como Misty e Brock.

Os modos de jogo são muitos e variados, desde o sempre agradável multiplayer, passando por desafios lógicos, do tipo resolver um quebra-cabeça com apenas um movimento, além do já citado modo história, que embora seja desafiante nos níveis normal e difícil, não recompensa à altura os que conseguem terminá-lo - há apenas uma imagem com um ingrato “congratulations”. O famoso endless mode, ou seja, o clássico modo sem fim, também está presente.

O jogo em si consiste em formar blocos de três ou mais peças de cores iguais. Para movimentá-las, o jogador dispões de uma “mira”, que permite movimentar, apenas horizontalmente, duas peças. Pode parecer meio complicado, e no início realmente é, mas com a prática, o jogo torna-se viciante. Mais ainda quando há algum companheiro de jogatina desafiador. Ao combinar quatro ou cinco pedras, ou quando se faz duas ou mais combinações seguidas, seu Pokémon manda um ataque, que se traduz em blocos enormes no quadro do adversário. O objetivo, bem claro, penso eu, é fazer com que a pilha de peças do adversário chegue ao topo.



Um destaque é o modo 3D, que faz com que a caixa de peças vire um cilindro, o qual o jogador pode rotacionar à vontade.



Gráficos e áudio apenas cumprem seus papéis. Não são fantásticos; na realidade, estão longe disso. Os gráficos são simplórios, e na maior parte do tempo, limitam-se a imagens estáticas. Exceto pelas peças do jogo e pela abertura, todo o resto não contém animação. Poderia ser melhor, mesmo no hardware limitado do N64 (The New Tetris e Tetrisphere provam isso). Já o áudio é bacana. O problema é que é muito repetitivo. Os personagens sempre dizem as mesmas coisas quando sai uma boa jogada, e as comemorações após as vitórias são poucas e simples. Entre uma fase e outra, no single player, o oponente fala uma frase pequena, e depois surge um discurso em formato texto. Poderia ser falado… Outros games do N64, como Conker's Bad Fur Day, mostram que isso é possível, mesmo utilizando cartucho ao invés de CD. O legal é que os dubladores são os mesmos do desenho (nos Estados Unidos). Melhor que isso, só se fossem os do Brasil.



Em suma, Pokémon Puzzle League é um divertido jogo. Assusta os mais leigos à primeira vista, devido ao seu estilo peculiar, mas depois de se acostumar, é só alegria. Ignore os gráficos estáticos e o som repetitivo, e vá pra galera!

Gráficos: 5
Áudio: 7
Jogabilidade: 10
Diversão: 9
Nota final: 7,75

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

San Francisco Rush: Extreme Racing

E vamos para o primeiro review do Project N64! Para a estréia, escolhi um dos meus games favoritos no N64: San Francisco Rush: Extreme Racing. Produzido pela Atari e distribuído pela Midway, este jogo de corrida explora algumas características apreciadas pela maioria dos gamers: alta velocidade, muitos atalhos, e corridas disputadas.



Originário dos arcades, SFR foi lançado em 1996, e no mesmo ano desembarcou no N64. O indefectível "rush" na tela inicial fez a alegria de muitos molecotes (eu incluído) acostumados aos carros de papel do Ridge Racer (PlayStation). Em SFR, os carros explodem em batidas violentas, e a lataria dos mesmo sofrem avarias - embora o desempenho não seja afetado, ainda que seu carro esteja em frangalhos. Os saltos gigantescos nas ladeiras super inclinadas de São Francisco aumentam a diversão no fator "destrua o carro, mas não o exploda". Sair inteiro de uma capotada espetacular é o máximo!



A sensação de velocidade, algo ainda raro naquela época, é outro fator que merece destaque. A altas velocidades, o controle do carro torna-se difícil, e qualquer deslize culmina em batidas ou derrapadas que lhe tiram o controle do bólido. Tudo bem que a física, embora avançada nos idos de 1996, não é das melhores, mas dentro do game, funciona muito bem. Talvez até demais, já que, às vezes, qualquer relevo pequeno na pista faz o carro desgrudar do asfalto, e, invariavelmente, colidir - e explodir.

Os atalhos finalizam o rol de características que tornaram SFR um sucesso. Há muitos espalhados nas várias pistas disponíveis - sete, todas com opções de mirror. Ainda que alguns deles não ajudem de fato a ganhar segundos preciosos na corrida, garimpar as pistas atrás de atalhos escondidos é bem legal. E, mais que isso, conseguir atravessar os caminhos secretos, que não raras vezes incluem saltos entre prédios e passagens estreitas, é muito legal.



O modo multiplayer limita-se a dois jogadores simultâneos, com a tela dividida, que podem correr no modo Circuit ou One Race. Não tive a chance de testá-lo (falta-me um companheiro de jogatina), mas pelo que pude ver, parece ser interessante, embora a tela dividida ao meio atrapalhe nas partes de ladeira, tanto na subida, onde o horizonte não aparece, quanto na descida, onde o jogador simplesmente não sabe onde ou como cairá.



Como nem tudo são flores, o game padece de alguns defeitos irritantes. A já comentada física estranha, que faz com que se perca o controle do carro na menor ondulação existente na pista, é um deles. Este detalhe, na realidade, é uma faca de dois gumes: ora produz raiva no jogador, quando este tem seu carro destruído por quase nada; ora faz o mesmo delirar, quando desencadeia um salto que dá certo no final - ou não. Mas o prêmio de pior coisa do jogo, definitivamente, vai para a trilha sonora. Que músicas ruins! Sei que não dá para esperar muito de um cartucho, e que seria querer demais músicas como as do Gran Turismo (PlayStation) aqui, mas bem que poderiam ter feito algo minimamente decente. Até o SNES tem games com trilha sonora melhor. As músicas são chatíssimas, repetitivas e incômodas. E ainda colocam um player nas opções de áudio, haha! Dica: desabilite as músicas, e curta o barulho (escroto também) do motor.

Os modos de jogo são poucos: Circuit, que é a competição; One Race, corrida descompromissada; e Practice, que como o nome denuncia, serve para conhecer as pistas e treinar. Nada extraordinário, mas ainda assim dá para o gasto. Claro que, com o tempo, sete pistas (sendo uma secreta - Alcatraz) enjoam, ainda mais correndo sozinho...

No geral, San Francisco Rush diverte bastante, e seus problemas (áudio terrível, poucos modos de jogo e física estranha), não ofuscam o brilho dos pontos fortes (diversão lá em cima e gráficos excelentes). Vale a pena! Seguem as notas do game:

Gráficos: 9
Áudio: 4
Jogabilidade: 8
Diversão: 9
Nota final: 7,5

Nintendo sixty foooooooooour!

Joguei bastante N64 na casa do meu primo, mas mesmo aqueles vários fins de semana pendurado no vídeo game conseguem tirar a associação que fiz do mesmo ao vídeo abaixo. Sim, sei que meio mundo já viu, e que teve uns panacas tentando "reproduzir" a cena com o iPhone, mas há dois detalhes que justificam esse post aparentemente desnecessário: 1) num blog sobre o N64, ele não poderia ficar de fora; e 2) é MUITO engraçado!

Para quem (ainda) não viu, este é o vídeo de um molecote mucho loco que fica possuído pelo capeta quando ganha um Nintendo 64 no Natal. É hilário, haha!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Project N64: o que é isso?

Olá, caros leitores! Este blog despretensioso que você vê é uma tentativa simplória de organizar um bom acervo de reviews, curiosidades e dados históricos do vídeo game Nintendo 64, da empresa japonesa Nintendo. Há muito esquecido em face dos consoles da nova geração, o N64, como era conhecido pelos fãs, tinha algumas características interessantes e pavorosas ao mesmo tempo, como o uso de cartuchos, numa época em que o PlayStation, da Sony, e o Saturn, da Sega, começavam a consolidar o CD no ramo dos games. Se por um lado isso matou o N64, por outro proporcionava joguinhos simples, sem os chatíssimos "loadings...", com aquele espírito de Super Nintendo, mas com roupagem moderna. O N64 ainda teve outro trunfo: foi o primeiro (e único) vídeo game de 64 bits a fazer sucesso - o Jaguar, da Atari, nunca foi sucesso de público ou de crítica.

Então, é isso. Não prometo uma periodicidade muito apertada, até mesmo porque isso aqui é só um hobby. Outro fato que corrobora uma possível letargia nas atualizações é a demora que, vez ou outra, pode ocorrer na elaboração de um review. Afinal, analisar um game de corrida sem-cérebro é rápido, agora um jogo de RPG, por exemplo, demanda bem mais tempo e dedicação.

Espero que gostem do que verão aqui futuramente. Como dito, é um projeto despretensioso, tanto que, por ora, nem faço propaganda dele. Isso não significa, porém, que será algo desleixado. Sigam-me os bons, e vamos ver no que isso vai dar!